Iniciou o noviciado em 11/2016.
O que me atraiu na vida monástica foi o carisma da Ordem de Nosso Pai São Bento – a maneira com que se celebra a Liturgia e os Louvores Divino do Ofício é algo que eu nunca tinha visto nada igual em lugar nenhum até chegar a conhecer o Mosteiro da Ressurreição, dos monges em Ponta Grosa/PR. Foi ali que Deus me chamou a segui-lo mais de perto, como fez com seus discípulos quando perguntaram a Ele: Mestre, onde moras? E Ele respondeu: Vinde e vede! Foi assim comigo. “Você quer me conhecer mais de perto e viver só para mim, então deixa tudo e segue-me”. E foi tão forte dentro de mim esse chamado que eu tomei a decisão de ir em frente. Disse para mim mesma: Eu quero muito, Senhor, te seguir e te amar, mais que a minha própria vida”.
Não é fácil a renúncia, pois sempre temos aqueles de nossa família que amamos. Não somos indiferentes a esse amor, mas o amor de Deus dentro de nós é maior e nos dá força e coragem para fazê-lo, com o auxílio da sua Graça. Ele olha o nosso interior e conhece o que está dentro de nós. Quem é que pode resistir a este olhar de amor? Eu não resisti e deixei-me seduzir, como o profeta Jeremias: “Seduziste-me, Senhor! ”
Quando entrei no claustro, entrei num pedacinho do céu. Tudo aqui dentro tem uma sacralidade, tudo fala de Deus. Viver a vida comunitária é algo grandioso que nos ajuda a conhecer-nos a nós mesmos, as irmãs, e nos faz crescer na maturidade da fé, tendo a nossa vida pautada pelo Evangelho e nas diretrizes da Regra de São Bento, ou seja, temos disciplina em nossa vida de oração e trabalhos – Ora et labora – sem deixar a dimensão da oração desde o despertar para as Vigílias até o Ofício de Completas. Sob a obediência à nossa Reverenda Madre, que é a nossa mãe e mestra, como nos fala São bento, olhamos para ela como para o próprio Cristo.
Uma das coisas que senti quando entrei aqui foi uma alegria indescritível, como nunca tinha sentido antes. Disse para mim mesma e para o Senhor: “É aqui o meu lugar, é aqui onde eu quero viver e morrer te amando, Senhor!”